Diferença de Dirigente e Pai de Santo na minha visão
Esse é um daqueles textos de Umbanda que pouco se vê por aí!
Deixo claro que é minha visão e opinião e você pode pensar diferente. Seja livre!
O nosso assunto é a diferença de Pai de santo e um dirigente.
Poucos pensam sobre isso, porém muitos sentem a diferença no seu dia a dia dentro de um terreiro.
Nesse momento 2022 não sou mãe de santo e não sou dirigente, deixo isso claro aqui, sou apenas umbandista e taróloga e tenho minha reflexões.
Frequento um terreiro tem muitos anos, mas visito outros em vários estados, estudo diversas vertentes de Umbanda, e claro não me limito a uma religião, espiritualidade vai muito além!
Quando pensamos em um Pai de santo e aqui já deixo claro que vale pro feminino também, ou seja, mãe de santo, podemos ver como um pai mesmo ou uma mãe mesmo. Que cuida, acolhe, orienta, tem paciência e está sempre presente.
E isso é claro que não é para qualquer um! Se ter filho na vida tradicional não é para qualquer um, imagine ser desse jeito com pessoas que pode não ter tanta afinidade, que inicialmente não conhecerá muito e que não é um familiar carnal.
Ao longo a minha caminhada, o que percebi visitando tantos locais é a falta dessa capacidade que citei acima. Eu chamava de "não ter o dom".
Mais recentemente debatendo sobre isso consegui denominar melhor e diferenciar Pai de Santo e Dirigente e ficou mais simples.
Quem sabe isso não te esclareça algumas coisas!
Ficou mais fácil assimilar: O pai de santo é aquele que tem uma missão na terra de ser o líder de um grupo espiritual e proporcionar crescimento a essas pessoas pela espiritualidade, sejam filhos de santo ou assistência. No geral tem uma mediunidade mais desenvolvida e é o precursor de algo.
Ele é preparado durante toda a vida para chegar nesse momento, ele tem um sentimento dentro dele de saber que é o caminho, que é seu propósito.
E ele vai além de um momento com os filhos na gira, ele sabe que trabalhar o espiritual, envolve a vida daquela pessoa, de nada adianta achar que a espiritualidade está ok porque incorpora certinho no terreiro, ou vai toda gira, ele tem consciência que se a vida daquele filho está em desalinhamento total precisará de direção. O pai de santo, sente, sabe, orienta até mesmo ser sem solicitado. Ele não tem obrigação, ele faz porque sabe o caminho.
Eu tive um excelente pai de Santo, que me ensinou muito, que me orientava além da Umbanda, que sentia se eu não estava bem e que até mentalmente transmitia conhecimento e orientações.
Ser assim é pra poucos!
O dirigente ao contrário é alguém que não necessariamente tem o que chamamos de coroa, e não é exatamente uma missão na terra. Mas ele tem o desejo de criar um grupo espiritual ou ainda recebeu essa função por hereditariedade.
No geral será alguém com mais dificuldade em trabalhar os filhos de uma forma plena, irá falhar com alguns e o lado mediúnico fica evidente a diferença.
E aqui deixo claro que mesmo com isso, podemos ter ótimos dirigentes, e temos, mas depois de ler esse texto, tenho certeza que começará a observar mais quem é quem.
Eu vejo que se esse dirigente faz o bem, seja ou não alguém com coroa, é alguém de boa fé, e isso tem muito valor.
E é ruim nao ter um pai de santo e ter um dirigente?
Eu diria que não! Ta tudo bem, se você estiver feliz.
Eu tive meu pai de santo e hoje não ligo quem está comandando uma gira por exemplo, pois meu foco é a espiritualidade e sei como ter ajuda diretamente. Mas você que ta lendo isso, avalie se precisa de mais acolhimento por exemplo, se esta tendo as orientações de forma direta e se está satisfeito com isso.
Você pode ter uma caminhada solitária. Mas a Umbanda com um mestre, ao menos no começo é transformadora! E aqui falo total da minha experiência.
Mas o fato é que cada dia temos mais e mais terreiros abrindo, o que eu gosto, pois são mais pontos de luz , amor e caridade, mas com isso menos pais de santo e mães de santo, e mais dirigentes.
Agora o que não se pode ter é: um pai de santo ou dirigente descompromissado. Se ele tem 20 filhos em sua gira ou 400, ele tem que perceber seu limite e se atentar a todos eles da melhor forma que pode.
Não fazer isso ao meu ver é assumir um karma a si mesmo, então não considero o melhor caminho e nem o mais inteligente, além de perder o foco de ajudar e acabar tendo pessoas desequilibradas em excesso.
Se ama, faça o seu melhor, se não gosta, ou é custoso viver isso, passe a bola e está tudo bem.
Mas acredito que poucas pessoas se encaixariam nisso desse último parágrafo, pois se assume sabe o que tem que fazer, porém pelas minhas andanças já vi de tudo e não nego!
E você ai não aceite menos de quem te orienta e "comanda", vai atrás de ajuda se precisa, busque perguntar, ir atrás de conhecimento é fundamental e se um dia resolver liderar algo espiritual, pense sempre em fazer o melhor possível!
E você ai, concorda? discorda?
Qual sua visão?
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